(Shiro & Kuro)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

# 18

Depois de uns longos minutos a olhar para as árvores, para as folhas que se mexiam com o vento «elas deixam-se mexer pelo vento. Também quero.» e a observar o quotidiano dos passarinhos, puxou o seu fiel caderno. E releu:

«Estive em casa. Está estranha. Como se tivesse sentimentos (claro que tem sentimentos). Mas não consigo lá estar muito tempo. Como se agora fosse um ser maléfico e me quisesse causar aqueles sentimentos horríveis. (não são horríveis porque nunca é horrível pensar em ti, claro que não). Chateias-te se não quiser pensar em ti? Não é que não queira. Mas acho que não irias querer que eu estivesse sempre de cara baixa e de lágrimas nos olhos.

Sinto-me bem ao escrever. É como se falasse. Já não tenho ninguém para falar. De vez em quando, ainda falo contigo. Talvez me oiças.

Passei por um jardim, escondido por um gradeamento, lindo! Não fui capaz de entrar... sabes porquê, não sabes? E quase que voava atrás de um balão...

(é pecado eu lembrar de coisas, como tu dizes, da vida passada?)

Recebeste os meus papelinhos? ... (tenho a certeza de que sim!) Por vezes, pergunto-me se exististe, se sonhei, se foi real... mas eu sinto-te!

Tenho saudades tuas…muitas.

Para sempre tua, Shiro»

Suspirou. «escreves-me?... Kuro… apagaste-me de ti?... tenho medo que me vejas e não me reconheças…que assustador…»

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