(Shiro & Kuro)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

# 10

Pôs-se a caminhar. Andava, saltitava. Sempre longe nas suas memórias alegres. Sorria, gargalhava só de pensar em alguns momentos. Às vezes, até estendia a mão para agarrar a de Kuro.

Que ali não estava. E que de certeza diria «estou a ficar antiga...» ao ver Shiro a saltitar pelo caminho fora.

A sua vila, que as acolheu, cada vez estava mais longe.

(outrora, havia tido / tinha limites. Demais. Era sufocante.)

Ficou então cheia de curiosidade quando se deparou com um gradeamento de grande extensão abraçado por imensa folhagem. Foi espreitando e ficou cada vez com mais vontade de se atirar lá para dentro e explorar. Encontrou um gigante portão, mas não trepou como seria de esperar. Primeiro, seria trair Kuro; segundo, Kuro dá-lhe a coragem que ela precisa. Não seria a mesma coisa explorar sem a sua cúmplice. Foi espreitando com os olhos de uma criança por entre folhas, deixando os seus dedos escorregar ao longo do caminho criado pelos ferros mornos. Os seus grandes olhos cor-de-avelã brilhavam perante tanta natureza, tantas árvores, tantos recantos, tanto tapete verde para rebolar alegremente. Descobriu umas pequenas flores, espreitando cá para fora, cheirou-as carinhosamente de olhos fechados e imaginou-as irem parar aos seus cabelos por obra de outrem.

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