(Shiro & Kuro)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

# 13

Quase uma quinzena passara desde a carta de Shiro, e Kuro ainda não lhe escrevera de volta. 
Sempre tivera problemas com o espaço temporal, que não coincidia bem com o seu. 
Agora, ao sentir os dedos gelados do frio nocturno a alastrar pelos seus, amaldiçoava-se de ainda não o ter feito.
Contornou um passeio e parou. À sua frente, a escassos metros, estava a biblioteca. Ameaçava desmoronar a qualquer momento, poder-se-ia pensar, apesar de não ser esse o caso. Kuro, que por ela evitava passar sempre que podia, não achava o edifício de ar meio retorcido digno de confiança, como se se pressentisse algo de estranhamente errado na sua construção. Poderia ser da maneira como o edifício sombrio se torcia, parecendo estar requebrado em múltiplos pontos, acentuados pelo efeito da escada de ferro em espiral que conduzia a uma das suas muitas (e, algumas delas, secretas) portas, uns dois andares acima.  
Respirou fundo e subiu. 
A lua já a observava, curiosa. 
Retirando certos objectos finos e de ferro, um deles denteado, de um dos seus inúmeros bolsos, Kuro, com a ajuda de um isqueiro que adquirira nessa mesma tarde, pôs-se a estudar cuidadosamente a fechadura que tinha diante de si...

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